Data: 11-06-2012
Criterio: B2ab(iii)
Avaliador: Julia Caram Sfair
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Essa é uma pteridófita com três subpopulações conhecidas que ocorrem de forma disjunta nos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais e, possivelmente, Goiás. Devido à distância entre os registros, suspeita-se que a população seja severamente fragmentada, dificultando o fluxo gênico entre as subpopulações. Além disso, a espécie é bastante rara no complexo da Chapada dos Guimarães e, pelo baixo número de coletas nas demais localidades, suspeita-se que a população seja rara como um todo. Tem AOO de 12 km² e é encontrada em locais sob intensa pressão antrópica, como o turismo descontrolado. Dessa maneira, L. benjaminiana é considerada "Em perigo" (EN).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Pseudolycopodiella tatei (A.C.Smith) Holub;
Família: Lycopodiaceae
Sinônimos:
Atualmente este táxon está circunscrito em Pseudolycopodiella benjaminiana (P.G.Windisch) B.Øllg. (Øllgaard, 2012)
A subpopulação encontrada na Chapada dos Guimarães foi visitada duas vezes, sendo que na primeira visita pouquíssimos indivíduos apresentavam estróbilos e, quando tal era o caso, estes estavam nos estágios iniciais de desenvolvimento. Verificou-se que a subpopulação é restrita no local, com presença de outras espécies do gênero (Windisch, 1991)
A espécie ocorre nos Estados Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás (Windisch; Ramos, 2012). Porém, não foram encontrados registros para o estado Goiás (CNCFlora, 2012)Em Minas Gerais a espécie foi encontrada em altitude de 1700 m (Viveiros, 2010).
A espécie é terrestre, ocorre em barrancos e campos úmidos (Viveiros, 2010)Na Serra do Espinhaço (MG) a espécie foi encontrada no Quadrilátero Ferrífero e no Planalto da Diamantina (Salino; Almeida, 2008)No Mato Grosso a espécie foi encontrada em campo de cerrado com presença de afloramento rochoso, em solo encharcado, junto a buritizal ou local com presença de afloramento de água. Em geral os locais de ocorrência são pontos com solo encharcado, entre gramíneas, xiridáceas, eriocauláceas e dróseras, podendo inclusive ocorrer submersa. Cresce juntamente com Lycopodiella carnosa, sendo que as duas espécies podem crescer entremeando seus caules rasteiros, adpressos ao substrato (Windisch, 1991).
1.3.1 Mining
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
A região central do Espinhaço tem comoprincipal ameaça a atividade mineradora (Vasconcelos et al., 2008)
1.3.1 Mining
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
A região doQuadrilátero Ferrífero em Minas Gerais é ameaçada pela atividade mineradora. Aextração do minério de ferro - cava - atinge diretamente os ecossistemas deCampo Ferruginoso, protegidos por legislação federal e estadual, classificadascomo Área de Preservação Permanente (Santos, 2010).
1.1.1.3 Agro-industry farming
Severidade
very high
Detalhes
Na porção central doMato Grosso encontra-se uma mancha de cobertura antrópica, correspondente aosmunicípios Sinop e Sorriso, amplamente conhecidos pela alta produtividade eprodução agrícola de soja, milho e algodão. No sul do Estado destaca-se Rondonópolispela sua importância na produção de grãos no Brasil e por implementar pastagenscultivadas na região (Sano etal., 1999). Já cobertura antrópica do Cerradomatogrossense corresponde a 34% (Sano etal., 2010). Tais resultado mostram a atividade humana,especialmente a agricultura, como uma ameaça à biodiversidade Cerrado do MatoGrosso.
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Consta como "Deficiente de dados" (DD) no Anexo 2 da lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008)
- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.
- VIVEIROS, R. S. Pteridófitas da serra do Caraça, Minas Gerais, Brasil. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.
- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 50-70, 2008.
- VASCONCELOS, M. F.; LOPES, L. E.; MACHADO, C. G.; RODRIGUES, M. As aves dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: diversidade, endemismo e conservação. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 197-217, 2008.
- SANTOS, L. M. Restauração de campos ferruginosos mediante resgate de flora e uso de topsoil no quadrilátero ferrifero, Minas Gerais. Tese de doutorado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.
- SANO, E. E.; ROSA, R.; BRITO, J. L. S.; FERREIRA, L. G. Mapeamento do uso do solo e cobertura vegetal bioma cerrado ano-base 2002. Brasília, DF: Ministério do Maio Ambiente / Secretaria de Biodiversidade e Florestas, 2010.
- WINDISCH, P. G. Lycopsida austroamericana nova. Bradea, v. 6, n. 3, p. 21-24, 1991.
- ØLLGAARD, B. Nomenclatural changes in Brazilian Lycopodiaceae. Rodriguésia, v. 63, n. 2, 2012.
- SANO, E. E.; BARCELLOS, A. O.; BEZERRA, H. S. Área de distribuição de pastagem cultivada no Cerrado brasileiro, Boletim de Pesquisa - Embrapa Cerrados, Planaltina, p.21, 1999.
- WINDISCH, P. G.; RAMOS, C. G. V. Lycopodiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB091370>.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
CNCFlora. Lycopodiella benjaminiana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Lycopodiella benjaminiana
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 11/06/2012 - 13:54:17